Histórias do Carnaval de Pindaré
"Sr. Euzamar"
O pindareense
carnavalesco, Sr. Euzamar Batista Medeiros, teve seu início no samba
já aos cinco anos de idade. Segundo ele a esta idade já participava de um bloco
carnavalesco organizado por sua tia. Sra Euzamar, conta que à
época em Pindaré,
existia uma
separação de classe entre os brincantes do carnaval em que pertenciam à
primeira classe - pessoas brancas ou morenas e que eram bem conceituadas
financeiramente na cidade e na sociedade. A segunda classe era constituída por:
negros, mulatos e meretrizes. Existia uma espécie de preconceito, pois os
blocos eram separados em blocos de primeira, blocos de segunda e blocos de
terceira. Com o passar do tempo isso foi se modificando. Aos poucos foram se
unindo as pessoas dos blocos, mas sempre ficou separado o bloco das meretrizes
que era o bloco de terceira. Embora não existisse na época competição entre os
blocos as pessoas costumavam caprichar nas fantasias para os dias de
apresentação dos blocos (Sr. Euzamar, entrevista aos 12 de agosto de 2006).
Foi o senhor
Euzamar que em 1949 juntamente com seu primo Joaquim Garrincha – Zé Garrincha -
idealizou o bloco “Tempo Quente”, que reuniu praticamente apenas pessoas
consideradas da segunda classe. Segundo o Sr. Euzamar o “Tempo
Quente” foi o primeiro bloco na cidade a ser acompanhado com sua própria
bateria.
Ao discorrer sobre
a história do carnaval de Pindaré, o Sr. Euzamar fala que em 1950
foram formados dois blocos na cidade e que estes conseguiram até brincar juntos
na passarela. Tratava-se do bloco “Nem te Quero”, formado por moças da cidade,
e do bloco “O Bagaço”, formado por rapazes. Esses blocos também já funcionaram
com bateria própria.
Outros blocos foram surgindo
com o decorrer dos anos:
·
“A Estrela do Samba” – liderado pelo Sr.
Pedro Bahia;
·
“O Império do Samba” – liderado pelo Sr.
Euzamar e Sr.
Ornilo. Este bloco
se uniu depois com “O Bagaço” e assim permaneceram por 10 anos sob o comando de
Chico Lopes.
Sr.
Euzamar relembra que juntamente com o Sr. Eudézio e o Sr.
Dico Camaleão fundou ainda em 1976 o “Grêmio Recreativo Escola de Samba Vila
Sorriso51”. Esse Bloco, em princípio, desfilava pelas ruas da
cidade, porém a partir do momento em que foi realizado de forma organizada o
chamado Carnaval de Rua em Pindaré – pois até ai só existiam os Bailes
Carnavalescos nos clubes, como por exemplo no Recreativo – integrou-se aos
blocos que se apresentavam nas passarelas organizadas pela Prefeitura.
Segundo
Sr. Euzamar foi o prefeito Sr. João Silva o primeiro a
organizar o desfile dos Blocos em Pindaré. Dessa forma, o primeiro Carnaval de
Rua foi realizado na Praça Elias Haickel existente até hoje e que ainda serve
de palco para as apresentações carnavalescas e outras manifestações festivas na
cidade. Nessa mesma praça é que foi feito o primeiro desfile oficial de blocos
carnavalescos na cidade de Pindaré no ano de 1989. Desfilaram nesta primeira
leva três Escolas: Vila Sorriso, Mocidade Independente do vereador Aldemir Lopes,
Unidos do Campo do Sr. Raimundo Rala-Rala. Por várias razões essas
Escolas não desfilaram nos anos de 2000, 2001 e no ano de 2003.
Na cidade de Pindaré na década de 2000 estiam
vários blocos de
rua, são eles:
·
“Galera do Auê”
·
“Me completa”
·
“Turma da Maizena”
·
“Bicho Papão”.
Outros blocos
tradicionais existiam como:
·
As Desvairadas
·
Os Cobras
·
Os Inadimplentes
Existem também dois grupos de
Maracatu chamados:
·
“Veterano do Samba” – Dona Maria Vieira;
·
“Rei do Samba” – Sr. José Raimundo (Zé Raimundo).
No período do
carnaval existe também uma manifestação que chama-se de arrastão “Arrastão do
Parurú”, é uma caminhada feita pela cidade, que tem inicio na Praça da Matriz
percorrendo os principais bairros da cidade de Pindaré e termina também na
mesma praça. Participam deste evento aproximadamente 15 mil foliões é realizado
na terça-feira de carnival, com muitos carros de sons e machinhas animando a
caminhada dos foliões, o mesmo é realizado desde 1989.
51 Apenas a denominação
“Escola de Samba”, mas não significa que o Bloco passou a ser uma Escola de
Samba.
Fonte: A festa em
Pindaré-Mirim: nos trilhos da história a afirmação de uma identidade - Maria
Zenaide Costa. O texto original Capitulo IV, 4.2.6 Carnaval, foi alterado para
adaptações desde site de pesquisa sobre Pindaré Mirim
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