COLÔNIA INDÍGENA NO MARANHÃO IMPERIAL (1840-1860): Índios aldeados e "incivilizados" - Pindaré Mirim

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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

COLÔNIA INDÍGENA NO MARANHÃO IMPERIAL (1840-1860): Índios aldeados e "incivilizados"



COLÔNIA INDÍGENA NO MARANHÃO IMPERIAL (1840-1860): Índios aldeados e "incivilizados"

Karilene Costa Fonseca

Foi uma Colônia de Índios, denominada por Colônia São Pedro do Pindaré. Proposta e findada pela política indigenista no Maranhão em 1840, utilizada como modelo para as demais Colônias de índios que foram construídas no sertão. A Colônia estava localizada as margens do rio Pindaré, principal afluente do Maranhão, foi uma região de constante presença de fazendas próximas aos territórios autóctones. Também temos notícias que foi o principal caminho da Capital para o sertão do estado. A antropóloga Elizabeth Coelho (1998) que estudou a política indigenista do Maranhão regencial/século XIX, aprofundou que a Colônia fora inicialmente uma aldeia, denominada Aldeia Grande de São Lourenço de Barbados, fundada em 1758, sendo a primeira aldeia no Maranhão. Após tensões com fazendeiros, os indígenas foram expulsos, mas essa foi impulsionada a categoria de Colônia em 1840. A partir de então se criou uma nova espacialidade com não indígenas e indígenas recém contactados. De acordo com as fontes, o principal objetivo defendido pela política indigenista neste século para a criação desta colônia era facilitar a navegação pelo rio Pindaré, uma vez que os índios Guajajara habitantes nas margens desse rio, tornavam o acesso e o trânsito dos não indígenas arriscadíssimo, pois atacavam as embarcações. Na busca de superar tal situação, o então Presidente da Província, o Marquês de Caxias, ordenou que se fundassem uma Colônia a direita do dito rio, com o nome São Pedro do Pindaré, sob as ordens do Diretor Tenente Coronel Fernando Luís Ferreira. Os documentos pesquisados correspondem ao Diretório de Índios: são ofícios trocados entre diretores da Colônia e os presidentes da Província, relatórios dos presidentes e diretórios que administraram a Colônia São Pedro do Pindaré. Além de mapas e a legislação indigenista deste período. Objetivamos problematizar os discursos sobre as políticas indígenas e indigenistas, desconstruindo as descrições da historiografia local que apresentam os indígenas como meros expectadores das histórias de contatos interétnicos, onde, ao contrário, observamos na documentação consultada até o momento, as diversas ações indígenas, construindo agenciamentos diante dos colonizadores, da ocorrência de conflitos, acomodações e negociações.

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